quarta-feira, 15 de abril de 2015

E o amor finalmente me vem brando, sem contradições. Percebe-se que só após o mar acalmar, que é possível se contar os grãos de areia. São muitos espalhados comigo junto ao chão. A revolta existe ainda. Necessidade de gritar, espernear, julgar o mundo insano por conseguir o que ele quer. Só que não dá para se revoltar todos os dias com seu reflexo no espelho, então engulo à seco todo esse amor, e preparo um café.

O telefone está ali. O computador jogado no sofá da sala. Sem sinal de esperança neste apartamento. Ouço apenas músicas instrumentais, pois assim  construo uma própria letra e não fico a imaginar relacionamentos perdidos. O que hoje em dia não está perdido?

Me matriculei na aula de violão e na academia, comprei roupas novas, pintei o cabelo e meu medo de avião será enfrentado pelas passagens que se encontram na gaveta do escritório. Quando a gente perde muito algo que gosta, o segredo é fazer algo que não se gosta tanto. E o amor finalmente me vem brando, sem contradições.

O que me preenche é saber que meus dias, apesar de lotados com faculdade, trabalho, compras e dietas,

ainda me resta um pouco de você

em cada canto que olhar.

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