terça-feira, 25 de março de 2014

Um amor para cada signo

Quando conheci Amélia não imaginava que seria assim.
Tirou tudo que tinha, me sugou até o fim.
Me provocava no bar, e em cada esquina.
Se sexo fosse um crime, com certeza ela seria uma assassina.
Não gostava de conversar, só de fazer amor, na cama era divino,
mas sua fidelidade um horror.
Se julgava apaixonada, para mim não faltava mais nada.
Até o dia em que num barco subiu Sebastião, e Amélia foi atrás de sua grande paixão.
Não me importei com as ferroadas, afinal, de escorpião não se espera mesmo nada.



Em seguida namorei Rita, meu Deus, como era bonita.
Escrevia poesias na luz do luar, sonhava até em se casar.
Me apresentou para seus pais e me contou seus desejos mais banais.
Quase nunca mudava de ideia, comecei a delirar que iria pedir a mão dela.
Foi então que para o trabalho precisei viajar, e Rita se pôs a chorar. 
Mimada que só ela, bateu o pé no chão e gritou: 
"Pois pode ir, mas também vou."
Com capricórnio não dá para se discutir, 
arrumei as malas e me forcei a partir.
Pena que Rita não pôde ir.



Um ano depois encontrei minha ex, Raquel, e já fomos direto para o motel.
Conversamos durante toda a madrugada,
comecei a pensar que ela poderia ter sido a pessoa certa na hora errada.
Seu beijo me engolia, seu olhar me rendia e já estava pronto para
pedir que em sua vida, eu lhe fizesse companhia.
Semana depois, em um jantar para dois,
Raquel me viu olhar para a mesa ao lado, e disparou a berrar
que eu era um safado.
Mudado não havia nada, continuava sempre irritada, sentimental e impulsiva.
Deveria ter imaginado, nessa vida, com uma pessoa de áries 
não se deve criar expectativa.



Meu relacionamento com Olivia se iniciou na Bolívia.
Viajamos o país inteiro, ela jurava que eu era o seu primeiro.
Sempre alegre e feliz, um pouco brava, mas sabia o que diz.
Conversava sobre diversos assuntos, e pensamos até em morar juntos.
Engano o meu.
Um dia Olivia apareceu, estava tão confusa que até confusão me deu. 
Contou que não sabia o que faria, mas de manhã estava indo morar na Bahia.
Tinha a alma em libra, e sempre foi de ter mistérios. 
Depois de uma libriana, a gente costuma aumentar o critério. 



Houve o dia em que não havia mais nenhuma mulher em minha cama, logo mais conheci Ana.
Quase não falava de si, era um orgulho que nunca vi.
Se irritava com tudo, gritava e esperneava, com essa pensei: Jamais que eu casava.
Ana era animada, ia para festas e lá que se sentia amada.
Sabia que não era o seu primeiro, tampouco o terceiro, mas por um tempo foi ela que me fez inteiro.
Sensível que ninguém entende, não foi por muito tempo que fiquei contente.
Como é cruel a personalidade de câncer, estando bem ou mal, 
elas só querem mesmo é romance.



Me surgiu então Helena, com ela não havia nenhum problema.
Sempre jovem e sorridente, dizia que era eu o seu melhor pretendente.
Do sexo nunca reclamei, me trazia presentes e me tratava como um rei.
Sempre engraçada e disposta, meus amigos tinham até medo de que um dia, ela me desse as costas.
Três anos depois descobri: Helena era casada e durante todo esse tempo conseguiu encobrir.
Nem sequer sabia que Helena sabia mentir.
Leonina que dava dó, não conseguia ficar só.
Um belo dia desapareceu, e quem ficou só, foi eu.