quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Baseado em fatos irreais

Estava me machucando, então eu pedi para parar. Quando eu falo é uma ordem. Não quero perguntas e nem argumentos contrários, só quero que me obedeçam. Fui criada assim, mimada e com princípios abusivos. Sei que não estou sempre certa mas eu faço o possível para acreditarem que sim. Até que começou a me machucar. Pedi para parar e não parou. Gritei, esperneei, falei que iria me jogar do primeiro prédio de quarenta andares que encontrasse. Nada.
Senti pela primeira vez na vida que não podia controlar alguma coisa. Minha primeira reação foi esperar. Quem poderia ir contra minha palavra e sair ileso?
Esperei tempo demais. Quando me dei conta precisei amputar metade de mim. Mesmo assim ainda se parecia comigo. Cheio de marra e idealismo. Um nazista dos meus sentimentos.
Resolvi usar a outra metade que me restou para recuperar quem havia ido embora. Dessa vez não iria esperar, iria atrás, iria lutar e mostrar que deveria ter parado de me machucar e ficado desde o princípio ao meu lado.
"Viu, você devia ter me ouvido desde o começo." É o que eu iria dizer. Sim, ia ser exatamente o que ia dizer quando ela voltasse. Passei o mesmo tempo de espera, lutando. Perdi primeiro a batalha, depois a guerra e no fim, cai no chão e perdi a metade de mim.
Hoje sou uma cópia, devendo todos os sonhos do universo para aquela menina que jurava ter o mundo nas mãos. Busco da melhor forma pagar as dívidas de um coração partido. Hoje comprei remédio, ontem tinha comprado três barras de chocolate, mas a pergunta é:
- Onde compra amor?
 (...) Nunca descobri.

Nenhum comentário:

Postar um comentário