terça-feira, 9 de julho de 2013

Tudo que convém

Um dia vou dominar o mundo.

Sou um rapaz controlador, diria minha psicologa. Sou uma pessoa que sabe o que quer, diria minha mãe. Na verdade sou apenas alguém precisando de um bom motivo para não estar mais aqui. Tenho um sorriso preferido que gosto de ver todas as manhãs, mas não sei quais são os dias em que vou vê-lo. Gosto de ficar sozinho todas os domingos à tarde, mas não sei qual domingo vou precisar de companhia. O mundo é tão incerto e enquanto não o manuseio conforme gostaria, vou seguindo seu ritmo. Pacato, lento, frustrante. 

Já me apaixonei e descobri que paixão não é tão bom quanto chocolate derretido no céu da boca, mas já troquei muitos dias de filmes e chocolates para estar ali, apaixonado. Conforme vamos crescendo percebemos que a vida é isso mesmo, não existe mágica, contos de fadas e duendes carregando potes de ouro pelo jardim. A vida é isso mesmo, trocamos o que mais gostamos, pelo o que mais queremos... E a gente nunca sabe realmente o que quer.

Aos oito anos meu maior medo era não gostar de desenhos para sempre, aos vinte percebi que medo é bobagem, e sempre trocava de canal na hora do jornal. Com quinze pensei que algumas pessoas eram pra sempre e não me preocupei com a mudança das coisas, e aos trinta já não lembrava mais quais eram meus sonhos.

Hoje vejo desenhos sozinho e assisto jornal só para saber por onde devo andar.


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