domingo, 11 de novembro de 2012

Voando com os pés na terra



Eu que sempre tive mania de voar, agora permaneço com os pés no chão.

Era sempre lá, no céu, nas alturas vendo as pessoas como formigas transitando pelo chão sujo. Me avisavam que esse complexo de passarinho um dia iria sair da gaiola. Alguns diziam somente que uma de minhas asas ia se quebrar e o medo de levantar voo iria me fazer fincar as garras em algum lugar fixo.
A verdade é que simplesmente parei, como se o sentido de fechar os olhos e imaginar o céu inteiro sendo meu, estivesse sumido.

Não sou Peter Pan, muito menos Mewtwo, e nunca serei Goku. Pra quê voar?

Passei a vida inteira tentando ser um herói que me salvasse de mim mesma, mas não passei de um passarinho com o coração ferido tentando fugir da Terra. É fácil fechar os olhos e imaginar um mundo com dinossauros, robôs e seres intergaláticos. É fácil ir até lá quando se sabe voar. Pular da janela e ir visitar lugares onde essas pessoas com ego inflado que convivemos, jamais pisarão.

Mas não posso forrar uma cama no céu e dizer que lá é meu lugar. Não posso criar uma estante de nuvens e depositar meus melhores livros e filmes. O céu não é lugar para as pessoas. O lugar das pessoas é no chão, comendo a comida que vem da terra suja e dizendo que assim que é saudável.

O problema é que faz algum tempo que abro meus braços e não alcanço voo. Pulo, me machuco, bato asas e caio no piso de concreto. É como se minha mente estivesse nova e meu corpo pedindo sossego. Se não da mais, não insista.

Eu que sempre tive mania de voar, agora permaneço com a imaginação no céus, e meu corpo na Terra. Tá na hora de ser o super herói de mim, quem sabe um dia, não viro um super saiyajin e consiga levantar voo novamente.

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