quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Sete pedaços de queijo





Há duas coisas que gosto na vida.

Meu gato e a Lua.

A Lua sempre apareceu sem chamar, sem querer meio querendo. Dona de si. Tem dias que vem pelas metades, mas sempre há de vir.

O meu gato não é muito diferente. Não procurei. Apareceu e destruiu a minha casa em uma semana. Meu edredom preferido está hoje jogado em algum canto da lavanderia, e meu sofá ganhou uns arranhados novos.

A Lua vem e vai, mas sei a hora de esperar aparecer. Meu gato me arranha e sai, mas sempre coloco comida em seu pote.

Algumas pessoas acham que vão para o céu. Torço para que um dia, quando morrer, tenha gente que vá para a Lua. Brilhar de longe, e ficar com cheiro de queijo no corpo. Não me importo de cheirar à gorgonzola, desde que meu mundo, sempre seja da Lua.

Gato tem sete vidas, e quer a gente em cada uma delas. Não abana o rabo, pelo contrário, é um militar em serviço 24 horas por dia. Te protege, mas não sorri. Te ama, mas exige amor. A gente aprende a amar um pouquinho mais, e a esperar um pouquinho menos.

Meu gato olha para a Lua da janela todos os dias.  Talvez no final das sete vidas, ele também queira cheirar à gorgonzola.

A Lua é silenciosa, mas já escreveu vários poemas. Quem sabe ela não queira um dia abrigar um poeta.


Que sorte a nossa que não é só de pessoas que se vive esse mundo. Que sorte a minha que há duas coisas que gosto...

Meu gato, e a Lua.





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