domingo, 13 de janeiro de 2013

É platônico até deixar de ser

Nunca tive caminho, rumo, direção.

Sempre me perdi nos ossos que deixava no canto do quarto depois de mastigar a carne. Era sempre assim, nunca do meu jeito, mas sempre do meu gosto.

Apertei milhões de quadris em minhas pernas, sufoquei milhões de gozos em minha boca, fiz de corações puro capitalismo. Chamei um táxi, e lá vai meu último encontro do dia. Sempre assim, sempre intacto.

Fiz do meu coração um lar para desabrigados e da minha mente um mar de sonhos afogados. 

Criei muitas expectativas, fiz de sonhos, solidão. 

Fiz de sorrisos, mágoas, e de minha mente, escravidão..

Jurei que amores são assim, platonicamente existenciais, platonicamente criados.

Tenho amores de primavera, amores de verão, até amores que são eternos, mas nunca amores que se eternizarão. 

Quem sabe dia ou outro paro com essa mania de criar.

Criar amores é minha maior diversão.

De todos meus romances, sei, nenhum sobrará.

Por isso crio alguns platônicos, pro coração ficar mais cheio, e a solidão menos vazia.



Vai que um dia dá certo, e eu paro de tentar. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário